A (outra) música do meu funeral

Apesar de já ter pedido à minha irmã que cantasse uma determinada música no meu funeral (que se espera que seja daqui a muitos, muitos anos), estive a pensar melhor e também gostava que ela e o meu irmão cantassem esta em dueto. É só para garantir que choram todos, não só alguns!

E sim, o meu irmão tem que cantar com esta voz, senão não conta!

Eh pá, isto é arrepiante!!! (bem, está entre o arrepiante e o cómico...)

Feira do Fumeiro 2010

Foi em grande, sim senhor. Duas noitadas de comes e bebes com muita música à base de guitarras, concertinas, castanholas, ferrinhos, vozes...

A adesão foi muito positiva, naquele que foi o primeiro ano em que a feira teve direito a transmissão de várias horas em directo para a televisão pública.

Montalegre no centro do Mundo, nem que seja por uns dias, é sempre aquele orgulho...

Os passeios da escola

Tenho um valente trauma com os passeios da escola. Lembro-me bem que no meu tempo os passeios da escola de Montalegre não eram a Londres ou Barcelona como agora - eram a Esposende, a Viana ou à Póvoa do Varzim (Uuuu, loucura!) basicamente para ver o mar. Depois chegávamos lá e nem banho podíamos tomar, só molhar os pés e as mãos.

Ora eu que toda a vida passei férias em Lisboa achava aquilo muito chato, sem interesse nenhum. Mas ia, claro - porque todos iam, porque se não fosse "tinha a mania" e, confesso, porque era altamente a véspera a tratar com a maezinha dos panados, do frango frito, dos bolos e dos sumos. Era tanta, tanta comida para um dia que ainda hoje tenho a ideia que o que cada um levava na lancheira servia para alimentar a malta toda... Que diabo, era ir de manhã e voltar à noite!

Depois? Depois eram as músicas dos de trás para os da frente, dos da frente para os de trás, para o condutor...os mais velhos nos bancos de lá do fundo aos beijos... e o eterno problema de saber que se tivesse uma crise intestinal não tinha WC à mão. Forma de pensar que, por efeito psicológico, levava quase sempre a crises intestinais.

Como eu detestava os passeios da escola.

Nas Nuvens

É claramente tendenciosa a minha análise a Nas Nuvens, o novo filme de Jason Reitman (Juno) com George Clooney. E explico porquê: Identifico-me claramente com a história, com o argumento, com a vida do protagonista pois tem muito a ver com a minha própria vida profissional, excluindo as óbvias diferenças - Como o homem anda sempre de avião, o filme chama-se "Up in The Air", se fosse sobre mim chamava-se de certeza... "Out on The Road".

Nas Nuvens é a história de um homem cujo emprego se baseia essencialmente em estar em todo o lado ao mesmo tempo, o que o leva a estar mais vezes no ar do que em terra firme. Nos intervalos, o protagonista tem como função despedir pessoas de outras empresas. O problema surge quando uma jovem acabada de sair da faculdade tenta introduzir novos métodos de trabalho que em teoria são perfeitos mas que na prática acabam por revelar algumas deficiências...

Os primeiros 2/3 do filme são fabulosos. O ritmo é muito bom, o elenco é forte (Anna Kendrick,que bela surpresa!) a conjugação drama/comédia está equilibrada e o humor é requintado. A parte final, não sendo má, não consegue acompanhar e parece ter sido decidida um pouco à pressa, o que leva a que se saia da sala de cinema com um certo sabor a pouco. No entanto, pela globalidade, Nas Nuvens será obviamente um dos filmes do ano, por ser consensual, divertido, leve e muito interessante.

Classificação: 17

Onde estava este Ronaldinho?

Isto não é só para os amantes de futebol. É para os que gostam de magia, de inspiração, de talento - vale mesmo a pena. Assinale-se e aplauda-se de pé o regresso à grande forma do Ronaldinho que em tempos aprendemos a admirar...


Globos de Ouro

A entrega do Globo de Ouro de melhor filme dramático ao Avatar faz-me torcer ainda mais o nariz quanto à qualidade global dos filmes deste ano. Que pena, que pena no ano passado terem sido apenas cinco os nomeados para os Oscars em vez de 10... é que agora que mudaram as regras, ou muito me engano ou o difícil vai ser preencher as dez vagas com filmes realmente bons....

De resto, Jeff Bridges melhor actor e Sandra Bullock melhor actriz. Sem ver os filmes, considero no mínimo... atípico. E o Inglorious Basterds não levou o prémio de melhor argumento. Ora bolas. Pelos vistos até o fabuloso Ricky Gervais esteve muitos furos abaixo do seu valor na apresentação - Isto este ano, realmente, não promete nada de especial...

A Diana de novo, pois claro!

Não gosto de me repetir, mas a verdade é que a Diana não dá hipótese. Se a sua Janis Joplin já tinha sido, como também referiu o Boucherie, o grande momento do Ídolos, ela superou-se a si própria ontem com uma interpretação soberba do clássico de Paulo de Carvalho, E Depois do Adeus. [Quase tão boa como a minha desta mesma música no Karaoke há uns anos.]

Mais a sério, aproveito para referir que apesar de continuar a achar desde o início que o Filipe vai vencer o concurso nunca disse aqui as minhas preferências. Digo-as agora, porque não? A Diana e a Catarina (sim, aquela que ninguém conhecia, apareceu nas galas finais já sem tempo de conquistar adeptos e naturalmente saiu - quando é que ela aparece nas revistas a queixar-se justamente da discriminação que sofreu?) são de longe as melhores cantoras que passaram no Ídolos deste ano, com especial destaque para a Diana. O Carlos é jogador e tem as características necessárias para ganhar o concurso, apesar de eu não ser fã do género. O Filipe, com o seu estilo grunge envergonhado conquistou cedo as votantes femininas e estas deverão compor uns 80% dos votantes totais. A Inês e a Solange duram mais uma semana e já foram bem longe.

Voltando à Diana, concordo obviamente que a qualidade dela como artista está acima de qualquer resultado deste concurso. É uma estrela. Aqui fica a tal prestação memorável, não esquecendo que a de Live and Let Die também foi excelente...:


A Estrada / Nove

Depois de Este País não É Para Velhos, A Estrada é a mais recente adaptação de um best-seller de Cormac McCarthy ao cinema. Um filme impressionante em todos os aspectos. A estrada é duro, violento, cruel e marcante, altamente desaconselhável para estômagos fracos. A fotografia é fabulosa, Viggo Mortensen afirma-se mais uma vez neste tipo de cinema e os cameos de Robert Duvall e Guy Pearce funcionam na perfeição.

A Estrada não é uma história feliz, é a descrição da luta pela sobrevivência de um pai e de um filho após um qualquer acontecimento apocalíptico que deixa o planeta destruído. Excelente, a fazer lembrar Ensaio Sobre a Cegueira, na exploração das características mais básicas de cada indivíduo, aquelas que se revelam apenas em situações limite e que marcam a diferença definitiva, na sua essência, entre um homem bom e um homem mau.

Classificação: 17

Nove tem quase tudo para funcionar: Um realizador com provas dadas - ganhou um Oscar neste género (Chicago), muitos actores de renome com o enorme Daniel-Day Lewis à cabeça, glamour, charme, encanto, cor e muita música. Só lhe falta o conteúdo. É que Nove tem muito pouco para contar, e sem argumento todo o filme se revela um surpreendente fiasco. Assistimos a um número musical de cada estrela, e como temos oito (!) grandes actores o filme é pouco mais que um desfile de Carnaval, com música atrás de música, actrizes que aparecem só para cantar e desaparecem sem terem um papel relevante na narrativa (Kate Hudson, Fergie, Sophia Loren, até Nicole Kidman) e dotes vocais medíocres de Judi Dench e do próprio Daniel-Day (que diabo, não se pode ser o melhor em tudo!).

Apesar do esforço destes dois últimos, que realmente não sabem representar mal, e dos encantos de Penelope Cruz e Marion Cotillard, a pouca história que existe (um realizador em crise de ideias e com relações problemáticas com as mulheres da sua vida) é mal explorada e as letras das canções roçam quase sempre o ridículo. Contam-se pelos dedos as cenas valiosas do filme - e são cenas soltas, claro: As danças quase eróticas de Penelope e Fergie e a cena de Daniel-Day sozinho no cinema não valem o preço do bilhete. Apesar do esforço heróico dos actores em darem sentido a uma história inexistente... Nine é já a desilusão do ano. Que desperdício de talento!

Classificação: 13

A piece of her heart

O Ídolos tem sido assim para o morno, e tirando um ou dois os concorrentes não são nada de especial. Até este Domingo ainda não tínhamos assistido a uma prestação extraordinária, daquelas que nos deixam de boca aberta. A Diana fez-nos o favor de partir a loiça toda e isto merece ficar para a posteridade...:

O arco-íris dos Skittles

É pura coincidência, mas não deixa de ser curioso que no dia seguinte a eu colocar esta imagem no blog
tenha comprado, talvez pela primeira vez na minha vida, isto:

Será que eu tinha a bandeira gay no meu subconsciente hoje? É que só me apercebi quando já ia deitar isto fora... E mais interessante ainda, será que existe alguém no departamento de marketing da Skittles Portugal a querer fazer passar uma mensagem subliminar?

É que as cores são exactamente iguais, pela mesma ordem, e não se trata do arco-íris pois este tem sete cores e falta o azul escuro. Em ambos! E o símbolo internacional da Skittles é um arco-íris, é verdade, mas nas embalagens estrangeiras as cores não estão assim delineadas, são esbatidas:
Será que só eu é que noto estas coisas?

A favor, claro!

O casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma realidade em Portugal e a adopção vem a seguir. Sim e sim. Está na altura, de uma vez por todas, de deixarmos de ser um país de terceiro Mundo em matéria de mentalidades.

A conversa de Sábado à noite seguiu este caminho e foi produtiva. Não, não se mudam as mentalidades dos amigos com um copo e dois dedos de conversa, mas um debate moderado é sempre produtivo para todas as partes, seja qual for o assunto...

Para mim é claro como água. Quem aceita a homossexualidade como algo de natural ou, por outras palavras, quem não a considera “uma doença”, deve levar esse ideal até ao fim e aceitar a integração total dos homossexuais, com todos os direitos e deveres que estão implícitos. O casamento gay, mais do que uma vontade, era um objectivo para os gays, um marco na sua luta pela igualdade. Todos sabem que a seguir vem a luta pela adopção e que essa vai gerar ainda mais polémica.

Não vejo porquê. Não vejo nenhuma razão para impedir dois indivíduos que constituem família (casados ou não), que pagam impostos, que têm provas dadas de que estão plenamente integrados na sociedade independentemente da sua orientação sexual de adoptarem uma criança para canalizarem o amor que têm para dar. E não, claro que não acredito que a criança vá crescer com ideais distorcidos e num “ambiente gay”. Se assim fosse não existiriam gays, pois estes nasceram de pai e mãe...

Na minha opinião, acima de tudo, e como acontece em qualquer minoria, são as ovelhas negras que dão cabo de tudo. Neste caso concreto, se eu fosse gay odiava as bichas. Aqueles maricas espampanantes, que fazem barulho por tudo e por nada, que levam a sociedade a colocar tudo no mesmo saco e a pensar que um gay é um indivíduo louco, colorido, desbocado e despudorado. Não, eu nunca entregaria uma criança a um fenómeno destes. Mas prestem atenção! Não é destas pessoas que estamos a falar...

Rua da Saudade

De vez em quando surgem grandes ideias. Mais raramente ainda, grandes ideias são postas em prática. E é nessas alturas que surgem obras como esta:
Faltam-me adjectivos para qualificar a qualidade poética e musical deste álbum de tributo a Ary dos Santos. Estou a ouvi-lo incessantemente, e não vai ser fácil cansar-me...

Aquecimento global, já!

Dava jeito um bocado de aquecimento global. É capaz de ser crime ou coisa do género na nossa sociedade dizer uma coisa destas, mas a gente passa a vida a ouvir falar no problema do aquecimento global e eu cada vez tenho mais frio. Cada vez há menos dias de calor, a neve cai incessantemente, está mais frio e eu não noto aquecimento nenhum.

Hoje não posso namorar e amanhã não posso ir trabalhar porque estou preso em Montalegre, mais uma vez devido à neve. E isso é coisa que para além de não me dar jeito nenhum, me irrita profundamente.

Eu acho que esta malta que combate o aquecimento global não é do Norte. Se fossem não queriam saber. Eu cá nunca mais separo o lixo, vou continuar a fumar e a atirar beatas para o chão, vou passar aos desodorizantes de spray, vou gastar mais água ao lavar os dentes e não ando mais a pé, sempre de carro. TENHO FRIO!

Agora, já a seguir, sou capaz de ir preso. Espero que a cela ao menos seja quentinha...

A solução dos soluços

E numa conversa de amigos, eis que descubro a solução mágica para o fim dos soluços! Ainda não a testei, mas ao que parece é infalível.

Pois bem, ao que parece basta perguntar à pessoa que está com soluços:

"Gostas de laranjas?"

Após responder, a pessoa fica automaticamente livre dessa maleita...

Parece parvoíce, não parece? Não sei... vou tentar e logo vos conto se resulta ao não... vários testemunhos já me garantiram que funciona mesmo!

Ponto de situação

Tenho andado em falta, bem sei. Mas o novo ano trouxe-me novos projectos a nível profissional que me têm alterado os ritmos de tudo, e a adaptação obriga-me a deixar algumas tarefas para segundo plano. É só uma questão de reajustar os meus ritmos,mas isso leva tempo e para já tenho feito pouco mais do que trabalhar e dormir...

Mas as ideias coninuam cá, e a vontade de escrever não esmorece. Hoje é dia de ponto de situação...

Polémica no Ídolos

Está instalada a polémica no Ídolos. Após a actuação do Carlos na última gala, Manuel Moura dos Santos explodiu e disse tudo o que tinha em mente. Lembrou a liberdade de expressão e chegou mesmo a dizer que esperava que o Carlos não fosse o vencedor do concurso porque representa tudo aquilo que ele não aprecia na música pop.

Vários problemas, aqui. Primeiro, o jovem tem mais do que qualquer outro um perfil típico de um ídolo pop da actualidade. Depois, o Manuel homem não se pode esquecer que é também o Manuel Júri e que participou na decisão de escolher o Carlos como um dos 15 melhores concorrentes. Facto.

Mas a verdadeira questão que esta polémica vem levantar é a da utilidade de um programa deste género. Quem procura um ídolo pop, alguém que arraste multidões, que crie polémicas, que se disponha a desempenhar um papel de actor-cantor em público arrisca-se a encontrar um caso raro como este. O Carlos não é o que canta melhor, não é grande músico, chega mesmo a ser irritante. Mas é dele que se fala. E isso é tudo num programa deste tipo.

Concordo que o contributo que a eventual vitória do Carlos iria dar para a música portuguesa não seria o melhor em termos de qualidade musical. Mas tendo visto o que aconteceu aos anteriores vencedores de programas do género, acho que este seria o único que poderia realmente vender, ter sucesso.

Continuo a achar que o Filipe vai ganhar o concurso. Mas de repente, com tudo isto, acaba de ganhar um fortíssimo candidato na luta pela vitória. Porque esta atitude desmedida do Manuel Moura dos Santos veio dar ao Carlos pontos, muitos pontos. E não nos esqueçamos que é o concorrente da Madeira. E nós sabemos como reage a Madeira quando alguém pisa os calos a um deles...

"Avatarizado"

Eu em versão avatar. Lindo.